O oleiro revela o papão da sua infância.
Shhh. Shhh. Shhh. Vem lá o Papão!
Costumamos chamar-lhe Papão mas em Barcelos (Minho, Portugal) chamam-lhe Sarronco. É aquilo que a mãe do oleiro António Ramalho e os outros adultos lhe chamavam a ele e aos amigos sempre que as travessuras levavam a melhor.
Vem. Lá. O Sarronco!
Já chega, já estamos com arrepios.
Se calhar é bom sinal não sabermos qual é o aspecto do Papão. Que o António nunca tenha sabido qual era o aspecto do Sarronco. Quer dizer que ele nunca nos apanhou.
Ou apanhou?
Já chega, a sério.
Mas também significa que o António cresceu um pouco assombrado por este terror invisível e informe da sua juventude de Barcelos. É exatamente disso que é feita a grande arte - fantasmas, curiosidade e, neste caso, barro.
Olhando agora com atenção para o Sarronco do António, talvez pudesse ter provocado um pequeno susto ao António e aos seus amigos, mas juntando-se logo de seguida às brincadeiras das crianças. É de longe a figura mais colorida de António até à data.
Sim, provavelmente aqueles miúdos teriam o Sarronco do seu lado.
Se calhar até tinham.
O exímio oleiro António Ramalho é bisneto de Rosa Ramalho, uma das mais populares oleiras portuguesas até aos dias de hoje, tendo moldado as populares figuras de barro de Barcelos ao longo do século XX.
Comprimento > 23 cm
Largura > 18 cm
Altura > 19 cm
Manuseamento
Devido à natureza única e artesanal desta peça, manuseie-a com cuidado para evitar embates ou quedas acidentais. Evite mudanças bruscas de temperatura, pois isso pode causar fissuras.
Armazenamento
Se utilizada para fins decorativos, utilize um pano de algodão seco ou uma escova macia para remover o pó.
Guarde num local seguro onde esteja protegida de possíveis impactos.